segunda-feira, 20 de setembro de 2010

8 meses depois

"20 de Fevereiro de 2010
Nunca acreditei que seria um fim. Nunca pensei que tudo mudasse que tudo desse uma volta de 180º e que hoje estivesse aqui sentada, a chorar.
Nunca acreditei que hoje faria aquele caminho,( que tantas vezes fiz) a chorar e com a maior dor de sempre. Tudo isto por uma ou várias razões lógicas, ou não lógicas.
Fechar a porta do lugar que as paredes sabem tudo da mim, me conhecem melhor que ninguém. Sabiam / sabem todos os meus segredos, foram testemunhas de tudo, foram as minhas melhores confidentes. Deixar o lugar que durante 7 anos foi o meu espaço, o meu refugio, a minha casa. Deixar tudo para trás.
Acreditei sempre que aquela seria a minha família para toda a minha existência. .. tenho pena que assim não seja, não saiu com um dos meus característicos sorrisos, mas sim com uma lágrima. Fechar aquelas portas, olhar uma ultima vez para aquele lugar como a minha casa, é algo que não faz sentido.
Sair com a sensação que parte de mim ainda ali ficou, afinal durante anos entreguei-me aquele lugar, aquelas pessoas é uma dor, como se estivesse vazia…
Poderei olhar milhares de vezes aquele lugar, mas nunca o sentirei mais como o meu refugio…
*Não está bem escrito, nem sequer as frases fazem muito sentido, mas foi a única forma de desabafo que encontrei…
[ Mónica Augusto]

Publicada por Mónica em Domingo, Fevereiro 21, 2010 "
Não sei se existirá alguém que ainda se recorde deste texto, mas hoje, 8 meses depois sinto necessidade de esclarecer-me:
é verdade que ainda sinto saudades das minhas paredes;
é verdade que detesto regressar até ao local de onde parti no dia 20, porque surge tanta coisa, tantos sentimentos, tantas recordações;
é verdade que sinto uma revolta enorme por me sentir enganada;
é verdade que não consigo ouvir falar das pessoas que amei, a quem fiz tanta coisa boa e que foram tão perfeitas a destruir uma parte de mim.
é verdade que as enterrei no dia 20, e que lhe fiz o luto nos restantes dias!
 
 conseguiram criar em mim a desconfiança, conseguiram tornar-me numa pessoa mais fria.
 assumo ainda que custa-me fazer o caminho que percorri tantas vezes, custa-me pensar que quando venho de um local para ir para casa o meu pensamento ainda me dá a direcção errada...
custa-me acreditar que desconfiem de mim!
custa-me saber que fiquei sem o meu espaço...
custa-me acreditar que todos os segredos que as paredes guardavam foram esquecidos...
mas acima de tudo custa-me perceber como tudo isto é possivel!
 
não vou dizer que isto foi mau ou bom.  porque teve coisas boas e coisas más!
mas posso dizer que foi uma segunda " pancada" forte.
 
mas posso também dizer que tenho a familia de sangue mais lutadora do mundo!
que tenho amigas/ amigos impecáveis que nunca me puseram em causa!
que tenho um coração de aço!
e que ainda tenho o melhor guardião do mundo!


e a melhor cadela do mundo que me dá muitos miminhos .
 
Obrigada! 

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